Monkeypox Vírus

Nos últimos dias, um aumento rápido no número de casos de monkeypox, também chamada de varíola do macaco vem ocorrendo não apenas em nosso país, mas em todo o mundo. 

Diante disso, a possibilidade de uma nova pandemia similar a do COVID 19 gerou um alerta às autoridades sanitárias mundiais.

O que é o Monkeypox Vírus?

Também chamada de varíola do macaco, a monkeypox é uma zoonose causada pelo Monkeypox virus, um vírus da família Poxviridae e do gênero Orthopoxvirus

Esse vírus pode ser considerado um “primo” do vírus da varíola e ao vírus Vaccinia (vírus a partir do qual a vacina contra a varíola foi produzida).

Esse vírus vem chamando a atenção das autoridades devido ao fato da varíola ter sido erradicada em 1980 e, por conta disso, sua vacinação ter sido interrompida.

Diante disso, é importante um controle do Monkeypox a fim de se entender seu real risco nos dias de hoje.

Epidemiologia do Monkeypox?

O monkeypox não é um vírus novo, entretanto, até 2003, ele ocorria exclusivamente no continente africano.

Após essa data, alguns casos fora do continente foram registrado, entretanto sem grande relavância epidemiológica.

Apenas nos últimos anos, alguns surtos vêm sendo descritos. Recentemente, a partir do dia 13 de maio de 2022, a Organização Mundial de Saúde (OMS) vem sendo notificada da ocorrência de diversos casos em países em que antes o vírus não era visto.

Segundo dados oficiais da OMS, até 29 de maio de 2022, foram confirmados laboratorialmente 257 casos em 20 países em que a doença não estava presente até então.

Os países mais acometidos por esses surtos foram Portugal, Espanha e Reino Unido, mas casos confirmados já foram detectados em diversos países ao redor do globo.

Quais são os sintomas do Monkeypox?

Após se contaminar, o vírus fica alojado no corpo humano, sem gerar sintomas  por  em média 6 a 13 dias. Após esse período, temos o que chamamos de fase de invasão, a qual cursa com febre, cefaleia, linfonodomegalia, dor lombar, mialgia e astenia intensa, e dura em média até 5 dias. 

Após 1 a 3 dias do início da febre geralmente ocorre o aparecimento das lesões cutâneas características. As lesões tendem a se concentrar na face (95% dos casos) e extremidades, como palmas e plantas (75% dos casos). Também podem afetar mucosa oral (70%), genitálias (30%) e conjuntivas (20%), assim como a córnea.

As lesões geralmente são pequenas lesões na pele que evoluem para pontos elevados que posteriormente acumulam pus e ulceram. Em casos graves, as lesões podem coalescer, afetando grandes áreas de pele.

A varíola do macaco geralmente é autolimitada, podendo durar 2 a 4 semanas, sem ocasionar grandes complicações. Entretanto, em situações ocasionais infecções bacterianas de pele podem se desenvolver concomitantemente as lesões do vírus.

Além disso, ainda é possível o acometimento do sistema respiratório, gastrointestinal e até mesmo infecções no encéfalo. Geralmente essas complicações acometem crianças, gestantes e indivíduos imunosuprimidos.

A taxa de letalidade costuma variar de acordo com a população acometida, mas em média ocorre a morte de cerca de 3 a 6% dos indivíduos infectados.

Trasmissão

Apesar de ser popularmente chamada de varíola do macaco, sabemos que provavelmente roedores silvestres tendem a ser o principal reservatório natural desse vírus

A transmissão para os seres humanos pode se dar por meio de contato direto com sangue, fluidos corporais e lesões cutâneas e mucosas de animais infectados. Além disso, a ingestão de carne malcozida e outros produtos animais contaminados também podem gerar o contágio viral.

Além disso, a transmissão pode ocorrer de pessoa a pessoa. Nesses casos, o contágio se da através do contato direto com secreções respiratórias, lesões cutâneas ou objetos recentemente contaminados. 

Transmissão de mãe para filho, durante a gestação, também é possível, seja por via placentária ou por contato durante o parto. 

Por fim, não se sabe se a via sexual é uma forma de transmissão significativa, apesar disso, devido a contaminação se dar através do contato com as lesões cutâneas, o contato físico próximo é um fator de risco bem estabelecido.

Como é feito o diagnóstico de Monkeypox?

O diagnóstico de  certeza é feito de forma similar aos métodos utilizados para o diagnóstico de COVID 19. Técnicas moleculares de PCR realizadas em amostras de lesões cutâneas tendem a ser o método de escolha nessas situações.

Como é feito o tratamento do Monkeypox?

O tratamento do Monkeypox é realizado através de medidas de suporte com o objetivo de aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações e prevenir sequelas a longo prazo. 

Além disso, na Europa e EUA o antiviral tecovirimat  vem sendo estudado para o tratamento da infecção viral.

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