A gravidez é um momento especial para toda a mulher, nela, além das preocupações com a própria saúde, surgem as preocupações com a saúde do filho. Para uma mulher que possui o vírus HIV isso é ainda mais complicado, uma vez que medidas devem ser tomadas para permitir que essa criança não seja contaminada. Quer saber um pouco mais sobre essas medidas? Então é só ler esse artigo!
1. Qual a chance de transferir o HIV para o bebê sem a terapia antirretroviral (TARV)?
Antes de ir a esses números, é importante salientar que mais de metade das mulheres que estão contaminadas pelo vírus HIV estão na fase reprodutiva e, por vontade ou acidente, podem acabar engravidando.
Sabemos também que 90% das crianças com HIV adquiriram essa doença de sua mãe, dessa maneira é de extrema importância as medidas para evitar essa contaminação e elas são relativamente simples, como falarei mais afrente.
Agora, finalmente, sobre a transmissão do HIV para o feto quando não está sendo tratada a doença pela terapia antirretroviral TARV:
- 1 em cada 4 bebês acabará contraindo a doença da mãe.
- 35% desses bebês ainda dentro do útero da mãe.
- 22% durante a amamentação.
2. Como é o tratamento antirretroviral durante a gestação?
Muitos medos como o de que o medicamento possa fazer mal para o bebê surgem. Gostaria de esclarecer que a grande maioria dos medicamentos para o tratamento do HIV não afetam o bebê. Dessa maneira, é de extrema importância que a mãe realize o acompanhamento com médico obstetra e que em alguns casos também consulte com um infectologista para ajustar o tratamento!
O tratamento ideal é realizado normalmente com 3 medicamentos, eles tem o objetivo de reduzir ao máximo o vírus circulando no sangue e também melhorar o sistema imunológico da mãe. Quando a terapia é realizada da maneira correta, a taxa de transmissão do vírus para o bebê é praticamente zero!
3. Como saber se tenho HIV na gestação?
Mesmo para as mulheres que possuem parceiro único ou que não tenha sintomas do HIV é essencial a testagem para o vírus no pré-natal.
Normalmente o diagnóstico é realizado por uma sequência de testes que inicia com o teste rápido, que demora em torno de 30 minutos para ficar pronto.
É importante salientar que esse teste pode ser falso positivo, ou seja, ele pode falhar, indicando que uma mulher sem o vírus como positiva. Nessa situação são realizados novos testes com mais especificidade, que podem determinar o verdadeiro diagnóstico.
4. Quantas consultas a mulher com HIV deve realizar em sua gestação?
Um pré-natal ideal normalmente é realizado mensalmente até o 7° mês, para os próximos 2 meses é recomendado acompanhamento quinzenal e no último mês um acompanhamento mensal!
5. Tenho HIV, posso amamentar o meu filho depois da gestação?
A amamentação é uma das principais portas de entradas para o vírus, por isso é expressamente contraindicada!
Para realizar a nutrição do bebê, fórmulas especiais são utilizadas para permitir o bom desenvolvimento da criança.
6. Considerações finais sobre o HIV na gestação
Apesar do desafio de realizar um diagnóstico tão difícil para uma mulher que ainda não sabia sobre o vírus, ou os ajustes nas medicações das mulheres que já realizavam o acompanhamento, é importante salientar que a gestação assim como o desenvolvimento da criança, quando tudo é realizado de forma ideal pode ser como o de qualquer outra criança. Por isso, lembre de consultar o médico e se informar sobre as melhores terapias.
O médico infectologista é o médico responsável pelo controle de doenças infecciosas como o HIV, agende uma consulta caso precise de minha ajuda!