A Esquistossomose é uma doença parasitária muito conhecida no Brasil. Essa parasitose é causada por um helminto trematódeo (verme cilíndrico) que infecta o homem por meio de larvas presentes em águas naturais.
Nesse texto estarei lhe contando um pouco mais sobre os sinais dessa doença, riscos e também sobre o tratamento. Continue lendo!
1. Esquistossomose e o caramujo
Existe uma importante relação entre a esquistossomose o caramujo. Ela acontece pois, para realizar o ciclo de vida e reprodução, o Schistosoma mansoni depende dos caramujos do gênero Biomphalaria.
Basicamente o que acontece é que os ovos eliminados pelas fezes de um indivíduo humano infectado precisam encontrar os caramujos para formar a larva cercária, que possui a capacidade de infectar novamente outros indivíduos.
Por esse motivo uma das principais medidas de controle para a esquistossomose é o saneamento básico e a eliminação desses caramujos de regiões endêmicas!
2. Esquistossomose: o perigo dos rios
Uma vez que liberada pelos caramujos nos rios o trematódeo causador da esquistossomose pode infectar o homem por meio da invasão pela pele. Isso gera normalmente a primeira manifestação da doença, a dermatite cercariana. Essa manifestação leva à formação de pequenas lesões vermelhas e que coçam (pruriginosas) no local de entrada do verme.
Por isso é importante o cuidado ao entrar em mananciais contaminados e de regiões endêmicas para a contaminação com esse parasita.
2.1 Reservatórios da Esquistossomose
O principal reservatório da doença é o homem, pois nele ocorre a reprodução sexuada em que é possível a eliminação dos ovos. No entanto, alguns animais silvestres como primatas, gambás, roedores, coelhos e lebres podem também ser reservatórios naturais da doença.
3. Sintomas da Esquistossomose
Após a formação da lesão cutânea, após cerca de 3 a 7 semanas, pode ocorrer as manifestações sistêmicas da doença, as quais consistem em:
- Febre de Katayama: gera formação de ínguas (linfadenopatias), febre, perda de peso, dores abdominais e de cabeça (cefaleias). Podendo estar associadas ou não à náuseas, vômitos e crescimento de vísceras como o fígado e o baço.
- Forma intestinal: nesse caso o parasita causa diarreias, dores de estômago e crescimento de vísceras como o fígado e baço, gerando também danos possivelmente irreversíveis.
- Formas mais graves: quando afeta diretamente o funcionamento do fígado, podendo ocorrer sangramentos pelo trato intestinal e lesões graves ao órgão.
Fique atento caso sinta algum desses sintomas, principalmente após exposição à rios, córregos, mananciais e outros locais em que pode haver contaminação. É importantíssimo procurar ajuda médica!
4. Diagnóstico da Esquistossomose
O diagnóstico da esquistossomose pode ser um desafio, principalmente quando a manifestação identificada for tardia, algumas semanas após uma viagem por exemplo. Por esse motivo é importante sempre comunicar ao seu médico caso tenha tido contato com águas naturais e também sobre viagens, tanto para esquistossomose quanto para outras infecções parasitárias.
Além disso a manifestação cutânea é essencial para o diagnóstico precoce, por isso, caso surjam essas lesões cutâneas que coçam, após entrar em um rio, procure ajuda médica imediatamente.
Outros exames podem ser realizados, inclusive a biópsia, no entanto, a clínica guia todas as medidas e exames.
5. Tratamento da Esquistossomose
O tratamento da esquistossomose consiste na utilização de medicamentos antiparasitários, como Praziquantel ou oxamniquina. Para a realização do tratamento é essencial que procure ajuda médica, pois esses medicamentos possuem interações importantes com outras doenças e também com a gravidez e deve ser realizado preferencialmente por um médico infectologista!