Criptosporidíase: um alerta às PVHIV

Criptosporidíase PVHIV

Olá a todos! Aqui é a Dra. Thatiane Nakadomari, infectologista e, no post de hoje, quero abordar um tema fundamental: a Criptosporidíase. Espero que, ao final deste conteúdo, vocês consigam compreender melhor a importância da vigilância, prevenção e tratamento deste problema de saúde que pode afetar principalmente grupos imunocomprometidos como as pessoas vivendo com HIV (PVHIV). Continue lendo para saber mais!

1. Uma visão geral sobre a Criptosporidíase

A Criptosporidíase é uma doença causada por um protozoário chamado Cryptosporidium. Este parasita foi descoberto no início do século XX, mas apenas nas últimas décadas passamos a reconhecer sua relevância na saúde pública. Infelizmente, surtos relacionados à contaminação de água potável e piscinas têm sido frequentemente reportados em várias partes do mundo.

2. Fatores de risco e grupos vulneráveis à Criptosporidíase

A infecção ocorre predominantemente por ingestão de água ou alimentos contaminados. Portanto, quem viaja para locais com saneamento básico precário ou consome água não tratada corre um risco maior. Crianças, especialmente as que frequentam creches, e pessoas com o sistema imunológico comprometido, como pacientes com HIV/AIDS, são mais vulneráveis às formas graves da doença.

3. Sinais e sintomas comuns da Criptosporidíase

Os sintomas da Criptosporidíase variam, mas o mais comum é a diarreia aquosa, que pode ser acompanhada de:

  • Dor abdominal
  • Náuseas;
  • Vômitos e 
  • Febre. 

Em pessoas com o sistema imunológico saudável, os sintomas geralmente duram de uma a duas semanas. Porém, em indivíduos imunocomprometidos, a doença pode ser crônica e mais grave.

3.1 Forma grave da Criposporidíase

A Criptosporidíase, em sua forma mais severa, pode manifestar-se de maneira intensa, especialmente em indivíduos com o sistema imunológico comprometido, como pacientes com HIV/AIDS, transplantados ou em tratamento de quimioterapia. Nestes casos, os sintomas podem não só ser mais intensos, mas também mais prolongados.

Os sinais e sintomas da forma grave da Criptosporidíase incluem:

  1. Diarreia aquosa profusa: A diarreia pode ser tão intensa que leva a uma rápida desidratação, exigindo atenção imediata.
  2. Dor abdominal severa: A dor pode ser contínua ou em cólicas, localizada principalmente na região inferior do abdômen.
  3. Náuseas e vômitos frequentes: Estes podem agravar ainda mais a desidratação e a perda de eletrólitos.
  4. Febre alta: Diferente da forma leve, a febre pode ser persistente e mais elevada.
  5. Perda de apetite e perda de peso: Devido à diarreia intensa e às náuseas.
  6. Fadiga: Devido à desidratação e à perda de nutrientes.
  7. Desidratação: A qual pode levar a sintomas como boca seca, sede intensa, diminuição da produção de urina, olhos encovados, e pele que não retorna rapidamente ao normal quando beliscada.

4. Como diagnosticar a Criptosporidíase?

O diagnóstico da Criptosporidíase é feito principalmente através do exame de fezes, buscando a presença do protozoário. Existem testes mais específicos e sensíveis que utilizam técnicas moleculares, mas o método tradicional ainda é o mais usado. Para um diagnóstico preciso, é importante consultar um médico especialista, como um infectologista.

5. Tratamento da Criptosporidíase

O tratamento da Criptosporidíase em pessoas saudáveis é, em sua maioria, de suporte. Isso significa manter o paciente hidratado e tratar os sintomas. Em casos graves ou em pacientes imunocomprometidos, pode ser necessário o uso de medicamentos antiparasitários, como a nitazoxanida. Vale ressaltar que sempre é essencial procurar orientação médica.

6. Prevenção e vigilância da Criptosporidíase

A melhor maneira de prevenir a Criptosporidíase é através de práticas adequadas de higiene, como lavar bem as mãos e consumir apenas água tratada ou fervida. Quem viaja para áreas de risco deve ser particularmente cuidadoso. A vigilância epidemiológica é crucial para detectar e controlar surtos, minimizando o impacto sobre a população.

A Ciência tem avançado no estudo da Criptosporidíase e, embora ainda não tenhamos uma vacina específica, a conscientização da população e a adoção de medidas preventivas são nossas maiores armas contra essa doença.

Espero que este post tenha esclarecido algumas dúvidas sobre a Criptosporidíase. Caso tenham mais perguntas ou sintomas relacionados, não hesitem em agendar uma consulta. Até a próxima!

 

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