Cisticercose: posso ter um verme no cérebro?

Cisticercose

 A cisticercose é uma doença causada pela ingestão de carne crua ou malpassada contendo os ovos da Tênia, um verme cilíndrico. Esses cisticercos podem se depositar nos nossos músculos, bem como no nosso cérebro! 

 Para entender mais sobre a doença e também saber os cuidados que deve tomar para evitá-la, continue lendo esse texto!

1. O que é a Cisticercose

 A cisticercose é uma doença parasitária causada pela infestação do organismo humano pelo cisticerco, a larva da Taenia solium, um tipo de tênia que infecta normalmente os porcos. Essa enfermidade é considerada uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida de animais para seres humanos, geralmente por meio da ingestão de alimentos contaminados com os ovos do parasita.
 

1.1 Cisticercose e teníase: qual a diferença?

 A teníase, doença causada pelo consumo da carne malpassada contendo cisticercos é um grande motivo de confusão para quem quer entender o ciclo desse parasita. Mas é simples!

  O consumo do cisticerco contido na carne malpassada causa a teníase, ou seja, os vermes intestinais. Já o consumo dos ovos liberados pelo parasita nas fezes, ou seja, com alimentos mal lavados, vai produzir a cisticercose!

2. Como é a contaminação pela cisticercose?

 Para adquirir a cisticercose é necessária a contaminação com o cisticerco, a qual ocorre principalmente pela ingestão de alimentos ou água contaminados com ovos presentes nas fezes de indivíduos infectados. Além disso, a má higiene pessoal e a falta de saneamento básico adequado podem facilitar a propagação do parasita. Uma vez ingeridos, os ovos se desenvolvem em larvas que se alojam em diferentes tecidos do corpo humano, dando origem à cisticercose.

 

3. Sintomas da cisticercose

 Os sintomas da cisticercose variam de acordo com a localização das larvas no corpo. Na grande maioria das vezes esses cisticercos sofrem um processo de encapsulamento gerado pelo próprio organismo, tornando-se assim assintomática. No entanto podem chegar a causar problemas neurológicos graves, acusados por sintomas como:

  • Convulsões;
  • Dores de cabeça intensas;
  • Confusão mental;
  • Distúrbios de visão;
  • Rebaixamento da consciência e coma. 

 Em outros órgãos, como os olhos, músculos e coração, os sintomas também podem ser severos e comprometer a saúde do indivíduo.

4. Diagnóstico da cisticercose

O diagnóstico da cisticercose em uma manifestação aguda no sistema nervoso consiste inicialmente da exclusão de outras causas. Em toda investigação de eventos agudos dos sistema nervoso é essencial a realização inicial de:

  • Exames laboratoriais: com provas inflamatórias, função renal e hepática e exames de urina, para excluir outras alterações orgânicas que podem afetar o sistema nervoso.
  • Exames de Imagem: o exame de tomografia e de crânio é o primeiro que costuma ser realizado, tanto pela velocidade como disponibilidade, no entanto, em se tratando de doenças dos sistema nervoso central, a Ressonância Magnética é o exame que permite melhor análise.
  • Liquor: o líquido que recobre o cérebro é uma fonte importante de informações para excluir o diagnóstico de outras doenças, bem como de achados de células de defesa contra vermes, as quais reforçariam a suspeita da doença.
 Sempre procure ajuda médica imediatamente se sentir qualquer alteração neurológica. Lembre-se sempre de alertar a equipe se existe alguma alergia ou condição prévia de saúde! 

5. Tratamento da Cisticercose

 O tratamento da cisticercose geralmente envolve a administração de medicamentos antiparasitários, como o praziquantel e o albendazol, que têm como objetivo eliminar as larvas do parasita no corpo do paciente. A abordagem terapêutica pode ser combinada com outros medicamentos para controlar os sintomas e evitar possíveis complicações decorrentes da infestação. Em casos mais graves e raros, pode ser necessário realizar procedimentos cirúrgicos para remover cisticercos em locais críticos, como o cérebro.

6. Cuidados para evitar a Cisticercose

 Para prevenir a cisticercose, é essencial adotar medidas de higiene e segurança alimentar. Lavar bem as mãos antes das refeições e após o uso do banheiro, beber água tratada e ingerir alimentos adequadamente cozidos e higienizados são práticas importantes. Além disso, é essencial promover a educação sobre a doença em comunidades vulneráveis, incentivando o acesso a saneamento básico adequado e cuidados de saúde.

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