Os fungos, como o causador da coccidioidomicose, não costumam causar infecções nos seres humanos. Para isso acontecer, no entanto, é necessário que existam alguns facilitadores, tais como alterações da microbiota do corpo, alterações degenerativas como as causadas pela exposição à produtos tóxicos ou uma deficiência na imunidade, caso dos pacientes que vivem com o HIV (PVHIV).
Nesse texto falarei um pouquinho sobre esse fungo específico, quando suspeitar e o que pode ser feito frente ao diagnóstico da doença. Continue lendo para saber mais
1. Coccidioidomicose: conheça esse fungo
A coccidioidomicose é causada pelo fungo Coccidioides immitis, ele costuma estar distribuído em regiões rurais, principalmente solo de locais secos e de pH alcalino, no entanto, pode também estar presente em infecções de pessoas e animais de criação.
Uma vez no organismo, esse fungo pode causar infecção do trato respiratório ou acometer outros locais, tais como ossos, articulações e o próprio sistema nervoso do hospedeiro.
1.1 Outros nomes para a coccidioidomicose
Alguns outros nomes são:
- Febre do deserto.
- Reumatismo do deserto.
2. Transmissão da Coccidioidomicose
A transmissão da occidioidomicose acontece pela exposição ao ar contaminado com o fungo que se desprende do solo, contaminação em laboratório ou durante a gravidez. Nesse último caso, é importante salientar que a doença no bebê pode ser fatal, por esse motivo o diagnóstico precoce e o tratamento devem ser instituídos o quanto antes.
3. Sintomas da Coccidioidomicose
O principal sítio de contato para a doença é o pulmão, pela via inalatória de poeiras, nele é onde o fungo causa a maior parte dos sintomas, relacionados como: a tosse produtiva, dor torácica, principalmente na respiração profunda, e falta de ar (dispneia).
Sintomas sistêmicos podem estar presentes, sendo eles: febre, suor noturno, indisposição, perda de peso e do apetite, dores articulares e reações na pele, com vermelhidão.
Quando atinge o sistema nervoso central pode causar sintomas semelhantes ao da meningite.
4. Diagnóstico da Coccidioidomicose
O diagnóstico da Coccidioidomicose deve ser realizado por um médico e deve levar em conta os sintomas do paciente, alterações laboratoriais, nos exames de imagem e os aspectos epidemiológicos relacionados à exposição ao fungo.
É essencial excluir outras causas mais comuns de doença pulmonar como pneumonias, tuberculose, câncer e outros fungos.
Para o diagnóstico definitivo é possível realizar o exame micológico direto, com escarro ou com amostra de secreção para análise ou cultura. Outro teste que pode ser realizado é o exame de sangue, sorologia, que permite identificar a resposta imunológica do paciente às partículas do fungo.
5. Tratamento da Coccidioidomicose
O tratamento da coccidioidomicose deve ser realizado com antifúngicos específicos e por uma longa duração de 6 meses a 1 ano. Por esse motivo o acompanhamento com um médico infectologista seria o ideal para esses casos. Além disso, os medicamentos podem ser alterados de acordo com o sítio da doença e sintomas relatados.
No caso de pacientes com HIV é importante o controle minucioso, com objetivo de melhorar a resposta imunológica inata do indivíduo, tornando melhor o tratamento. Lembre-se de comunicar ao seu médico a notificação da doença!
6. Medidas de controle para a Coccidioidomicose
Em áreas em que existem casos recorrentes da doença, algumas medidas devem ser realizadas com objetivo de prevenção, elas são: molhar campos de pouso secos, uso de máscaras no trabalho rural com terra seca, cuidados com a biossegurança ao manusear materiais em laboratório.