A Brucelose é uma doença infecciosa bacteriana de difícil diagnóstico uma vez que suas manifestações são muito diversas. Ela pode ser chamada também de Febre ondulante, febre do mediterrâneo e por sua característica – febre das mil faces. Essa doença causa febres intensas que podem ser superioras à 39° e gerar complicações importantes. A cura é possível, mas é necessário que o diagnóstico e tratamento sejam precoces. Quer saber um pouco mais sobre essa doença? Então continue lendo.
1. Brucelose: causa e contaminação
No Brasil, a Brucelose é causada pela bactéria Brucella abortus. Essa doença é transmitida com o contato direto com tecidos, fluidos (sangue, urina, secreções), ingesta de leite cru ou derivados de animais infectados, pode demorar até 3 semanas para se manifestar e NÃO SE TRANSMITE DE PESSOA PARA PESSOA.
É importante salientar que os animais rurais são um grande reservatório dessa doença, principalmente no gado bovino, mas também nos suínos, cães e outros animais.
2. Sintomas da Brucelose
A Brucelose é uma doença de difícil diagnóstico clínico, uma vez que possui manifestações muito comuns à outras doenças.
No início da doença é possível perceber cansaço constante, fadiga, mal-estar, normalmente acompanhados aos sintomas da febre de forte intensidade, com cefaleia, suor, calafrios. Vale ressaltar também que alguns pacientes referem dores nas articulações e um estado depressivo.
Na fase crônica da doença outros sinais podem surgir com o dano aos órgãos como fígado, baço e coração. Algumas consequências importantes é a endocardite infecciosa, que é uma lesão das válvulas do coração. Algumas pessoas podem desenvolver inflamação no pênis e testículo, nas articulações, principalmente da bacia.
2.1 Complicações da Brucelose
Algumas complicações importantes da brucelose é o acometimento nervoso com meningites e encefalites, artrites supurativas e infecções do aparelho sexual que podem gerar distúrbios sexuais.
3. Diagnóstico da Brucelose
O diagnóstico começa pela identificação da etiologia infecciosa com a febre e os primeiros sinais sistêmicos. É importante também revisitar informações do paciente como a procedência, consumo de leite cru e também exposição aos animais descritos acima. Durante a investigação é essencial observar as particularidades da doença, como a fadiga intensa, a gravidade da febre e também a capacidade de atingir sistemas pouco comuns, tais como o genitourinário e o coração.
É possível confirmar o diagnóstico pela cultura do sangue ou das secreções do paciente, mas essa pesquisa é dificultada pelos títulos baixos da doença.
4. Tratamento: brucelose tem cura?
A doença tem cura sim! Além disso, quanto mais precoce o diagnóstico, melhor é o panorama do tratamento. Lembrando que as complicações podem levar a danos irreversíveis ao sistema nervoso, articulações e também à capacidade sexual.
O esquema proposto é a antibioticoterapia combinando dois medicamentos, a doxiciclina e rifampicina por um período de 6 semanas. Para esse tratamento é essencial uma consulta com médico, não somente pela impossibilidade de compra dos medicamentos sem receitas, mas também para orientação e controle para que as recidivas sejam menos frequentes!
5. Vigilância e controle da Brucelose
O objetivo principal da vigilância epidemiológica é reduzir a morbimortalidade da doença. É essencial frente aos focos da doença a educação sobre o consumo de leite fervido ou pasteurizado e aos cuidados dos trabalhadores rurais com animais doentes ou possivelmente infectados.
Às autoridades de saúde é importante a orientação das populações expostas e também um cuidado especial com queixas como febre de forte intensidade associadas com fraqueza importante de pacientes que tiveram contatos com animais do campo ou alimentos não tratados.